Enquanto revia um episódio da série Euphoria da HBO, percebi duas coisas: nem todo estímulo nervoso é baseado em uma compensação (que exerça um feedback simultâneo) e por mais que estejamos conscientes sobre as nossas decisões em boa parte do nosso tempo, existe uma porcentagem de reações e funções involuntárias em nosso corpo que fogem do nosso controle, tornando difícil a contenção das mesmas.
Entender o usuário é o Eldorado de um profissional de UX. Ele basicamente precisa compreender o ecossistema que envolve o cliente, produto e demais envolvidos.
Se um dos três pilares não estiver em sintonia, reações compensadas ou até mesmo involuntárias, se tornarão algo comum, fazendo com que a pesquisa seja enfraquecida.
Não. Nessa equação ninguém comete um erro ou provoca isso. No entanto, o profissional precisa estar preparado para recorrências involuntárias, tornando sua pesquisa inicial um campo aberto para um estudo clínico, inovador e criativo. Quando estamos doentes e nos dirigimos para um hospital, a ala de triagem é feita justamente para facilitar o atendimento, filtrando as dores e problemáticas dos pacientes, diminuindo as chances de erro no diagnóstico final.
O pré atendimento gerencia o fluxo, retirando ou indicando doenças em potenciais, para que os sintomas sejam validados e direcionados à fila de espera ou ao atendimento de urgência. Quando chegamos ao médico especialista, uma entrevista é feita para que o real problema seja encontrado e assim, se necessário, exames sejam encaminhados e ou remédio receitados para solucionar o problema.
Isso lhe parece familiar, não? Os designers UX trabalham da mesma forma, só que utilizando uma metodologia diferenciada.
Rue, a protagonista de Euphoria, em determinado momento de um episódio (vou falar pouco para não soar como spoiler) narra sua consciência perante suas escolhas. Ela sabe que determinado caminho a deixaria mal, mas o simples fato de saber que pode controlar essa ação, isso se torna um escape para ela, mesmo que a deixe doente. Ela sabe o que fazer, como fazer e que efeitos isso trás a sua vida.
Na neuropsicologia, o biofeedback pode ser medido através do gerenciamento de mecanismos de monitoração, que medem a frequência cardíaca, temperatura muscular, entre outras coisas.
No estudo da experiência do usuário, medimos os coeficientes através de mapa de calor, mapa mental, blueprint, análise de swot, matriz de decisões, testes, entre outros. É uma racionalização coerente: quando temos noção do senso comum do usuário em relação a um determinado padrão, criamos um estereótipo em cima dele, que serve de escopo para a compreensão.
No UX, o biofeedback é a possibilidade de achar o erro e aprender com ele, contornando a situação e criando um case de sucesso.