A representatividade das mulheres na tecnologia é um tema que tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos.
A busca por igualdade de gênero e oportunidades no mercado de trabalho tem impulsionado discussões e ações para mudar essa realidade.
No entanto, os números e dados reais de 2023 revelam que ainda há um longo caminho a percorrer. Segundo o estudo “Mulheres na Tecnologia”, realizado pelo site Love Mondays, apenas 26% da força de trabalho da tecnologia no Brasil é composta por mulheres.
Essa porcentagem é ainda menor quando se trata de cargos de liderança, onde as mulheres representam apenas 18%.
Esses números evidenciam a necessidade de se promover a inclusão e o empoderamento feminino no setor tecnológico, visando uma maior representatividade e diversidade.
Atualmente, é inegável o crescimento das oportunidades no mercado de tecnologia e inovação. Apesar disso, é evidente que o ambiente tecnológico ainda é predominantemente masculino.
Embora tenha havido uma mudança perceptível desde os anos 90, a presença feminina nessas áreas ainda é modesta.
Minha motivação para escrever este artigo provém da minha trajetória profissional e acadêmica. Em 2001, ingressei no curso técnico de telecomunicações no Senai, buscando mais e melhores oportunidades de trabalho diante do boom das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
Ao longo do curso, enfrentei piadas machistas e questionamentos sobre minha escolha. As dúvidas sobre a capacidade das mulheres nessas áreas eram constantes, mas, mesmo enfrentando obstáculos sociais e culturais, concluí o curso e me destaquei profissionalmente.
Desde os anos 2000, observa-se uma mudança comportamental, de mercado e tecnológica. No entanto, o ambiente de inovação e tecnologia ainda é majoritariamente masculino. A influência cultural e social nas escolhas de carreira, desde a infância, perpetua estereótipos que desencorajam as mulheres nas ciências exatas.
Refletindo sobre a nossa infância podemos identificar a diferença entre os presentes dos meninos e das meninas. Os meninos ganham de presentes carrinhos de controle remoto, vídeo game, robôs, bonecos astronautas, e as meninas ganham bonecas, jogos de cozinha, jogo de chá.
Dentro desta reflexão entendemos que é uma questão cultural, e social. A maneira como a sociedade pensa e define sobre o que é ser mulher e o que é ser homem tem um peso nas decisões e escolhas acadêmicas e profissionais.
As mulheres não são estimuladas a irem para essas áreas, pelo contrário, o que as meninas sempre ouvimos é que meninas não são boas em matemática, meninas não sabem programar.
Essas falas acabaram cerceando a capacidade delas de demostrar seu potencial, deixando-as intimidadas. Pois seu potencial e capacidade sempre colocados em dúvidas.
Desta forma, elas buscam, áreas, carreiras e profissões onde elas se sentem mais confortáveis, e mais valorizadas.
Por isso, a pandemia revelou desafios persistentes no ambiente tecnológico, evidenciando a toxicidade e o machismo.
Apesar de um aumento de 22% no interesse feminino em vagas de TI em 2021, as mulheres enfrentam obstáculos, especialmente relacionados à maternidade.
Os principais desafios para as mulheres na tecnologia são:
Dessa forma, para aumentar a participação feminina na tecnologia, é crucial considerar as especificidades das mulheres, como o período de maternidade. Devemos reconhecer mulheres capacitadas em nosso círculo e promover a representatividade feminina em palestras e eventos.
As mulheres contemporâneas possuem conhecimento equiparável aos homens, mas ainda enfrentam desigualdades salariais e são subestimadas. A união feminina fortalece-se, evidenciada por grupos de apoio que buscam incentivar e fortalecer mulheres interessadas em carreiras tecnológicas.
Analisando esse cenário, é imperativo que as mulheres inseridas na área sejam acolhedoras e apoiadoras, garantindo que novas integrantes não se desestimulem diante de desafios ou situações machistas.
O acolhimento para as novas integrantes no ambiente tecnológico é de grande relevância para garantir a permanência dessas mulheres.
Valorizar nosso próprio potencial e o das outras mulheres, competir com base em habilidades e ocupar espaços ao lado dos homens são passos cruciais.
Nossa união e alinhamento com propósitos comuns serão facilitadores para uma jornada de sucesso. Afinal, o lugar da mulher é onde ela quiser.
Assim, a representatividade das mulheres na tecnologia ainda é muito baixa, mas existem oportunidades para que esse cenário seja mudado. É importante que as empresas, a sociedade e o governo trabalhem juntos para promover a inclusão de mulheres nessa área.