No mundo corporativo, a inovação deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. Empresas que não desenvolvem a capacidade de se reinventar correm o risco de ficar para trás diante das mudanças de mercado. Mas como saber o quão preparada sua organização está para subir na escalada da inovação e se manter competitiva?
Rita McGrath, professora da Columbia Business School, autora e palestrante, no livro Seeing Around Corners*, propõe um modelo de oito níveis de proficiência em inovação, que ajudam a entender onde sua empresa se encontra nessa jornada e quais passos são necessários para evoluir.
Empresas nesse nível não veem a inovação como algo relevante. Elas seguem o mesmo modelo de negócios há anos e resistem a mudanças.
Exemplo: A BlackBerry, que dominava o mercado de smartphones, mas ignorou a ascensão das telas sensíveis ao toque e sistemas operacionais mais flexíveis, como o Android e iOS.
Aqui, a empresa percebe que algo está mudando, mas acredita que sua estrutura atual é suficiente para lidar com isso.
Exemplo: A Blockbuster, que subestimou o impacto do streaming e manteve seu modelo de locação física até ser superada pela Netflix.
A organização começa a testar novas ideias, mas sem estratégia clara. São iniciativas esporádicas, que muitas vezes não geram impacto significativo.
Exemplo: Grandes redes de varejo que implementaram e-commerce tardiamente, mas sem integração com suas lojas físicas, perdendo espaço para players digitais.
Aqui, a empresa começa a criar processos mais estruturados para inovação, mas ainda enfrenta resistência interna.
Exemplo: A IBM, que por muito tempo focou apenas em hardware, mas iniciou sua transição para serviços e computação em nuvem.
A inovação se torna parte essencial do crescimento da empresa e é integrada às suas decisões estratégicas.
Exemplo: A Adobe, que deixou de vender softwares como produtos individuais e adotou o modelo de assinaturas com o Adobe Creative Cloud.
Nesse nível, a inovação faz parte do DNA da empresa, com processos ágeis e uma mentalidade aberta a mudanças.
Exemplo: A Microsoft, sob a liderança de Satya Nadella, que transformou a cultura da empresa para um ambiente mais colaborativo e inovador.
A empresa se torna referência em inovação e lidera transformações no mercado.
Exemplo: A Amazon, que expandiu seu core business do varejo para tecnologia com o AWS, revolucionando o setor de computação em nuvem.
Empresas nesse nível não apenas respondem a mudanças – elas criam o futuro.
Exemplo: A Tesla, que não só popularizou os carros elétricos, mas também está moldando o futuro da mobilidade sustentável e da energia renovável.
Escute as mudanças nas “bordas” – Como Andy Grove, ex presidente da Intel disse, “A neve derrete primeiro nas beiradas”, ou seja, as transformações no mercado começam a aparecer nas extremidades antes de chegarem ao centro. Esteja atento aos sinais fracos de mudança.
Crie um ambiente de experimentação – Empresas inovadoras não têm medo de testar e aprender rápido. Pequenos experimentos podem revelar grandes oportunidades.
Transforme inovação em cultura – Se a inovação não for incentivada pela liderança e não fizer parte do dia a dia da empresa, dificilmente trará resultados duradouros.
Antecipe-se às inflexões estratégicas – Identificar tendências antes da concorrência
pode ser a chave para criar novas oportunidades e evitar crises.
A inovação não é um evento isolado, mas uma capacidade organizacional que precisa ser desenvolvida e aprimorada continuamente. Compreender em que nível sua empresa está permite criar um plano estratégico para avançar nessa jornada. E na sua organização, como a inovação é tratada? Você enxerga espaço para evolução? Deixe seu comentário!
* Referência: McGrath, R. G. (2019). Seeing Around Corners: How to Spot Inflection Points in Business Before They Happen.
No Brain – Instituto de Ciência e Tecnologia da Algar Telecom, ajudamos organizações a identificar oportunidades de inovação, antecipar mudanças e transformar seus negócios. Conheça nossas soluções e descubra como podemos ajudar sua empresa a se preparar para o futuro.
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Flávio Oliveira é especialista em inovação pelo Brain.