A transição de carreira tem se tornado uma escolha cada vez mais comum entre os brasileiros. Segundo a ADP Research, 4 em cada 5 brasileiros cogitam mudar de emprego.
Esses números refletem um mercado de trabalho em constante transformação, impulsionado principalmente pela tecnologia.
Além disso, a busca por qualidade de vida e trabalho alinhado a propósito tem levado muitas pessoas a reconsiderar suas trajetórias profissionais.
Eu sou Daniela Batista, Analista de Inovação Aberta no Brain, o Instituto de Ciência e Tecnologia da Algar Telecom.
Mas, antes de trabalhar com inovação aberta, minha trajetória era outra. Assim como muitos, também me perguntei se deveria permanecer na profissão na qual me formei. Em 2019, iniciei uma reflexão que mudou os rumos da minha carreira.
Para entender melhor, vale ressaltar que, desde criança, sempre gostei de me comunicar por meio das palavras. Isso me levou a escolher o jornalismo como graduação e a atuar por muitos anos em assessoria de imprensa.
Porém, no final da década de 2010, fui convidada para gerenciar as ações de comunicação de um hub de inovação voltado para o agronegócio.
Naquele momento eu ainda não havia percebido, mas esse convite seria o início do meu reposicionamento de carreira.
Prefiro o termo “reposicionamento” à transição porque mudar de área não significa abandonar tudo o que já foi aprendido.
Pelo contrário, nossa carreira ainda está ali e a bagagem profissional nos acompanha, podendo ser uma grande aliada em novos desafios.
No meu caso, enquanto gerenciava as ações de comunicação do hub, comecei a me envolver com a comunidade de startups que orbitavam aquele ecossistema.
Aos poucos, percebi que as habilidades de relacionamento que usava com jornalistas podiam ser aplicadas ao gerenciamento de conexões no universo da inovação.
Hoje, na área de Inovação Aberta do Brain, trabalho mapeando os desafios da Algar Telecom e conectando-a com startups, universidades, parceiros e outros agentes de inovação para buscar soluções.
Ou seja, minhas habilidades de comunicação, adquiridas no jornalismo, são fundamentais para conectar startups e corporações no Brain.
Além disso, nosso trabalho também envolve participar de eventos e trazer visibilidade para a nossa empresa. No fim, é tudo sobre se comunicar.
Em resumo, a mudança ocorreu de forma espontânea para mim, mas olhando para trás, vejo como um planejamento prévio pode fazer toda a diferença para quem deseja mudar de carreira de forma segura e sólida.
Agora, vou compartilhar algumas dicas que me ajudaram nessa transição de carreira do Jornalismo para a área de Inovação Aberta.
Antes de mudar de carreira, investigue o setor desejado. Entenda tendências, desafios, oportunidades e a média salarial. Estar bem-informado ajuda a planejar sua transição com mais segurança.
Crie uma reserva financeira para cobrir despesas durante o período de adaptação ou aprendizado. Isso permitirá que você enfrente a mudança de área com mais tranquilidade. Lembre-se que nem sempre você irá entrar na nova área como sênior.
Converse com profissionais que já fizeram um reposicionamento de carreira. Entenda os desafios e estratégias que funcionaram para eles. Essas experiências reais podem fornecer insights valiosos.
Participe de eventos, cursos e encontros na área que deseja atuar. Networking é essencial para abrir portas para novas oportunidades.
Mudar de carreira não significa começar do zero. Use suas habilidades e aprendizados passados como diferencial na nova área.
A mudança de carreira pode parecer desafiadora, mas com planejamento e foco, ela se transforma em uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
O segredo está em alinhar suas escolhas aos seus valores e objetivos de vida, e lembrar que a bagagem que você carrega é um grande diferencial.
Por Daniela Batista, Analista de Inovação Aberta no Brain.
